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Música e Memória – Uma Experiência com Idosos Portadores de Prejuízo Cognitivo Estabelecido

 

Autores: Masquio,L.S.; Guerreiro, T.


Nas últimas décadas, diferentes tipos de intervenções musicais têm sido propostas para idosos portadores de demência. Estudos de revisão identificaram o ato de cantar como um ponto em comum a essas práticas e evidenciaram melhora do humor e do comportamento desses pacientes. Novas pesquisas investigam possíveis repercussões fisiológicas e sociais dessas intervenções. Este trabalho é o relato de 6 anos de experiência de uma intervenção – Encontros Musicais – para idosos portadores de prejuízo cognitivo e objetiva contribuir na discussão e aprofundamento de questões relevantes ao tema.

Objetivo: Oferecer um espaço de vivência musical para idosos portadores de prejuízo cognitivo estabelecido visando à expressão de capacidades residuais e a promoção de bem estar. Os Encontros Musicais acontecem uma vez por semana e possuem duração de 60 min. Estão inseridos dentro de um projeto multidisciplinar de promoção de saúde direcionado a idosos portadores de prejuízo cognitivo. A dinâmica de cada Encontro é estruturada em alguns dos seguintes momentos: recepção a partir de canções populares e de tradição oral presentes na memória musical do grupo; apreciação de música popular brasileira e universal, da música no contexto contemporâneo, além de exercícios de percepção sonora, de timbres e de gêneros musicais e contação de histórias interativas; expressão vocal, corporal, exercícios de coordenação motora com parlendas, células rítmicas e acompanhamento de canções com percussão corporal e instrumental; composição coletiva de textos e melodias originais a partir de vivências; encerramento dedicado a uma breve reflexão sobre o encontro e execução de canções sugeridas pelos alunos ou associadas a algum tema específico. Contrariando a expectativa de progressiva perda da capacidade de interação com o mundo, observamos que esses idosos, em muitos momentos, ao entrarem em contato com certas canções, se expressam com movimentos rítmicos, dança e canto. Percebemos na sala de aula que a linguagem musical persiste como um dos mais significativos meios pelos quais o sujeito ainda consegue expressar suas emoções, lembranças, desejos e dar sentido a uma experiência de vida. Desse modo, intervenções musicais devem ser consideradas como mais um recurso a ser implementado no cuidado aos pacientes portadores de demência por suas repercussões comportamentais e pela perspectiva de promover interação social e bem estar.

 

IXI Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia
Belém PA – 2014
29 de abril a 03 de maio de 2014

 

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