Produções

Uso Consciente de Medicamentos em Alunos da Oficina da Memória® na UnATI/UERJ

 

Autores: Bernardo, A.; Bonisolo, A.; Pimentel, D.;

Lavrador, M. L.; Lauria, J.; Guerreiro, T.

 

A alta prevalência de doenças crônicas em idosos faz desse grupo um dos grandes consumidores de medicamentos. O uso inadequado das drogas prescritas representa risco para a saúde do idoso. Situações de desatenção, falhas de memória e inabilidade executiva podem acarretar equívocos no uso de medicamentos.

Objetivo: Sensibilizar um grupo de alunos da Oficina da Memória® da UnATI/UERJ para o uso consciente e correto de seus medicamentos e identificar a presença de fatores que contribuam para o insucesso dessa prática.

Metodologia: Nesse trabalho foi desenvolvida uma intervenção para a valorização do uso consciente de medicamentos e realizada uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo para rastrear condições que levam os idosos ao insucesso no uso de medicamentos.  O grupo alvo da intervenção foi composto por 10 alunos de uma turma de 20 que ingressaram na Oficina da Memória®. Todos foram submetidos a uma bateria de avaliação pré-curso que incluiu o MEEM e uma entrevista estruturada de saúde. Um profissional da equipe foi designado para fazer o registro dos relatos dos alunos em diário de campo e implementar a abordagem de conscientização acoplada ao curso. Etapas do trabalho: 1- Identificação dos alunos que apresentaram dificuldades na entrevista;  2- Apresentação da questão em sala de aula e a solicitação das receitas originais; 3- Encontros individuais de 30 minutos com profissional da equipe, agendado antes ou no final das aulas do curso; 4- Reavaliação ao final do curso;  5- Discussão e reflexão sobre os achados. A intervenção consistiu na orientação para o uso correto de cada medicamento com informações sobre objetivo terapêutico; recomendação para ser feita a leitura dos nomes e da dose, na caixa, no momento do uso; organização de uma tabela.

Resultados: Dos 20 alunos do curso, 10 não lembraram de seus medicamentos e foram convidados a participar da intervenção. No primeiro encontro, 4 alunos resgataram os dados e os 6 restantes necessitaram  participar de mais 2 encontros. Ao final do curso, todos lembraram dos medicamentos com precisão.

Discussão: Embora todos os alunos do curso apresentassem boas condições cognitivas (MEEM média 28,1), 50% apresentaram dificuldades para lembrar de seus medicamentos na entrevista inicial. Esses alunos relataram não considerar importante saber especificar suas medicações. É possível que a falta de um sentido para a realização da tarefa e a baixa autoconfiança interfiram negativamente na motivação para a aprendizagem.

Conclusão: Insucessos para descrever as medicações de uso continuo em idosos podem não ser decorrentes de prejuízos cognitivos. Outras variáveis como falta de valorização da tarefa, baixa percepção de controle sobre suas capacidades e desmotivação devem ser consideradas.

 

VII Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro
30 de outubro a 2 de novembro 2013

 

 

 

 

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